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Quimioterapia e radioterapia podem afetar a capacidade do paciente ter filhos


Alternativas devem ser debatidas com a equipe médica que acompanha o tratamento oncológico antes mesmo do início das medicações


A necessidade imediata de se dar início ao tratamento de um câncer exige do médico decisões rápidas. A terapêutica e seus efeitos colaterais são amplamente discutidos com o paciente e seus familiares, porém, existe uma questão que nem sempre é lembrada: a preservação da fertilidade futura.


Os profissionais da área de saúde que acompanham os pacientes com câncer devem aconselhar adequadamente a respeito das consequências reprodutivas que podem acontecer em virtude dos tratamentos.


A abordagem feita de forma correta, com aconselhamento médico e psicológico, antes do uso de tratamentos que comprometem a possibilidade de ter filhos é uma etapa importante na qualidade de vida dos jovens que sofrem com câncer. A importância de difundir essas informações no Rio Grande do Sul é ainda maior dado o alto número de mulheres com câncer de mama no Estado.


Como a quimioterapia e a radioterapia podem afetar a fertilidade?


Os principais tratamentos oncológicos (quimioterapia, radioterapia e cirurgias) podem causar danos à fertilidade em alguns casos. Os prejuízos vão depender do tipo de câncer, localização e qual tratamento ou combinação de drogas que serão utilizados.


Nas mulheres, essas medidas terapêuticas causam destruição e envelhecimento precoce dos óvulos, acabando com o número de óvulos disponíveis ou afetando sua qualidade a ponto de não serem capazes de gerar uma fecundação no encontro com um espermatozoide. No caso do tratamento radioterápico, além de impedir a paciente de gerar filhos, esta terapia pode provocar abortos espontâneos e restrição do crescimento intrauterino. Quando mais avançada a idade, maior a possibilidade de danos decorrentes da radioterapia. O fato da paciente menstruar após um tratamento não é sinônimo que conseguirá ter filhos posteriormente.


Nos homens, os tratamentos para o câncer evoluem para ausência de espermatozoides quando ejaculam (90%) poucas semanas após o início da terapia. Dependendo do tipo de tumor e do tipo de quimioterapia, as chances de voltar a produzir espermatozoides no ejaculado variam de 20 a 67%. Todavia, em média 1/3 dos pacientes permanecerão com esterilidade permanente.


Congelamento de gametas preserva a possibilidade de ter filhos depois do tratamento?


O congelamento dos óvulos e dos espermatozoides faz com que o casal possa engravidar após o tratamento quando assim desejar, por meio de fertilização in vitro. Podem ser congelados somente os gametas do paciente doente, ou do casal ou ainda embriões.


O congelamento dos espermatozoides é um procedimento mais simples. Um único ejaculado prévio ao início do tratamento com radio e/ou quimioterapia pode preservar a fertilidade, ainda que os espermatozoides permaneçam congelados por longo período.


Já para as mulheres se faz necessário um tratamento com medicamentos para induzir o amadurecimento de óvulos, que são captados por meio de um procedimento de baixa complexidade, e, posteriormente, congelados. As mulheres podem fazer o tratamento em qualquer momento do ciclo menstrual. As portadoras de câncer hormônio-dependentes também podem realizá-lo.


Para os pacientes que não puderam preservar seus gametas, há a possibilidade de utilizar óvulos e espermatozoides de doação.

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